Clinicamente a doença de Alzheimer caracteriza-se por alterações da
memória e de outras funções cognitivas; manifestações psiquiátricas como
a depressão, ansiedade, psicose e alterações do comportamento (Santana,
2005), constituindo elementos de diagnóstico.
O Rastreio de Demência
é um primeiro momento de Observação e Avaliação geral das funções
cognitivas, aplicação de questionário relativo à história das alterações
cognitivas, comportamentais e sociais e/ou profissionais e, por fim, a
avaliação funcional da Pessoa. Estes dados não permitem o diagnóstico
categórico de Demência, contudo, fornecem a informação necessária para a
concluir se estamos perante um provável síndrome demencial ou não. Caso
o resultado seja afirmativo deve ser efetuada uma avaliação
neuropsicológica das funções cognitivas, assim como a Pessoa pode ser
encaminhada para o médico assistente, no sentido de serem efetuados
exames complementares de diagnóstico.
Os exames complementares de diagnóstico permitem uma ajuda
importante na verificação de ausência de sinais neurológicos focais,
assim como o estudo laboratorial permite excluir outras causas de
demência e o estudo neuropsicológico determina o compromisso da memória e
de outras funções cognitivas.
Sabe-se que o diagnóstico definitivo obtém-se apenas através do estudo
neuropatológico, verificando-se alterações a nível da atrofia cerebral
(parieto-temporal), e de marcadores histológicos (morte neuronal
selectiva, tranças neurofibrilhares e placas senis).
Outras questões diagnósticas são colocadas, como é o caso das alterações
existentes no envelhecimento normal versus patológico e défice
cognitivo ligeiro na relação com a doença de Alzheimer.
Parece existir alguma controvérsia se a doença de Alzheimer e o
envelhecimento devem ser considerados um “continuum” neuropatológico ou
distinto. Sendo o envelhecimento um processo múltiplo, heterogéneo e
gradual, a verdade é que implica alterações das capacidades cognitivas,
podendo a doença de Alzheimer não ser uma consequência inevitável do
envelhecimento (Ribeiro & Guerreiro, 2002).
O facto da doença de Alzheimer ter um perfil gradual, permite que vários
autores defendam que existe um estado intermédio entre o envelhecimento
saudável e a demência tipo Alzheimer, é o chamado défice cognitivo
ligeiro (D.C.L.) |
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